A inadimplência é um problema que assola a vida de milhares de brasileiros. As dívidas em atraso trazem uma série de desvantagens, como ficar o nome sujo e perder o crédito. No entanto, esse número crescente de endividados ultrapassou a barreira das pessoas físicas e a inadimplência empresarial se tornou comum.
A crise econômica e a retração do consumo são algumas das principais causas desses problemas. Qual é, porém, o real impacto dessa situação para a saúde financeira empresarial? A seguir mostramos algumas das principais consequências desse quadro para uma organização. Acompanhe!
Falta de pagamento de clientes
É apontada pelas organizações como a principal causa da inadimplência empresarial. Muitas acreditam que o simples fato de não receberem dos clientes as leva ao não-cumprimento de suas obrigações. No entanto, o problema é muito maior do que se imagina e está atrelado diretamente a um aspecto negligenciado por parte delas: o planejamento.
Apesar da turbulência que atinge o mercado, muitos empreendimentos contraem dívidas com as quais não estão preparados para lidar. Consequentemente, isso afeta todos os envolvidos no ciclo: dos fornecedores aos clientes da empresa.
O problema está no planejamento, especialmente nas estratégias utilizadas para o gerenciamento de imprevistos e também no grau de risco que cada cliente apresenta para o negócio. Isso faz que os gestores acabem tendo de tomar atitudes mais drásticas justamente quando o problema já se tornou mais grave.
Por esse motivo, a primeira atitude deve ser a criação de políticas mais firmes com relação a clientes em atraso, bem como um controle de fluxo comercial mais ostensivo.
Os principais prejuízos para o negócio
Existe uma série de consequências trazidas pela inadimplência empresarial. Se não resolvidas em tempo, elas podem levar o negócio até mesmo à falência. Por isso, é de suma importância estar atento para atenuar os efeitos delas.
Prejudica a fidelização de clientes
A inadimplência afeta todo o ciclo da cadeia comercial. Um dos atingidos é o cliente: afina, se ele passa a comprar menos e a pagar as dívidas com atraso, isso faz que a empresa não só fique inadimplente, como sofra impactos no processo de captação de consumidores, deixando de fidelizá-los.
O cliente que não tem como quitar suas dívidas e começa a acumular juros, não só deixa de comprar como pode até procurar outro fornecedor. Diante disso, para minimizar esses efeitos, uma das primeiras ações da organização deve ser entender o que causou o não pagamento do débito.
Conhecer o problema do consumidor e demonstrar proatividade para ajudá-lo a solucionar o atraso, sem que para isso ele se sinta constrangido com as cobranças, é a melhor opção. Isso faz que ele sinta mais confiança na companhia e consiga negociar as dívidas.
Aliás, vale ressaltar que nesse aspecto, a organização pode e deve atuar rumo ao acordo. Para isso, pode, por exemplo, oferecer descontos para pagamentos à vista, melhores condições para a quitação da dívida e outras opções semelhantes.
Compromete a obtenção de lucro
A empresa não sobrevive apenas do pagamento de dívidas, ela precisa de dinheiro para investir em inovação e desenvolvimento a fim de crescer no mercado. Quando a organização está inadimplente, sua capacidade de obtenção de lucro acaba seriamente comprometida.
Por isso, ela deve procurar a negociar as dívidas para voltar pelo menos a ter algum dinheiro circulando até que o negócio se restabeleça completamente. No entanto, é preciso levar sempre em consideração os juros embutidos nessa ação, visto que ao final eles podem ocasionar uma dívida ainda maior para a companhia.
Afeta a obtenção de crédito para compras de grande valor
A inadimplência empresarial prejudica a imagem da marca diante de credores, o que afeta diretamente a obtenção de crédito para compras de grande valor. Afinal, o efeito da inadimplência atinge também os fornecedores e os credores (financeiras e bancos), e o atraso no pagamento de contratos os afasta.
Isso compromete a qualidade produtiva da companhia. Para mudar esse cenário, o primeiro passo é pagar as dívidas. Primeiro devem ser quitadas aquelas de menor valor, alto risco e/ou alto custo financeiro. Em seguida, vêm as de maior valor, alto risco e/ou alto custo financeiro e assim sucessivamente.
É importante fazer uma análise de crédito completa para determinar a capacidade de amortização do valor das dívidas com a ajuda de lucros futuros. Por isso, identificar os maiores credores do negócio é crucial, pois são eles que provavelmente podem ajudar o negócio a se recuperar no futuro.
Ainda assim, manter um bom relacionamento com todos eles é fundamental, assim como procurar negociar, explicar os atrasos e, com sorte, até obter descontos no pagamento das dívidas. Lembre-se de que manter a confiabilidade e o nome de bom pagador ajuda a mitigar os efeitos negativos da inadimplência.
Compromete os processos da empresa
O impacto do não pagamento das dívidas tem outros efeitos sobre um negócio, como o comprometimento das atividades. Uma das mais afetadas é o planejamento financeiro da empresa, pois há uma desorganização completa do processo. E isso leva a outros prejuízos, como o corte de contratações, as dispensas de profissionais, o descumprimento de contratos e a suspensão de investimentos.
Todos esses aspectos levam à perda de competitividade diante dos concorrentes, o que amplia as dificuldades do negócio de se manter no mercado. Por esse motivo, a empresa precisa estar preparada para os imprevistos, avaliar o risco de inadimplência a longo prazo e ter planos de ação contingenciais, principalmente ligadas à provisão de créditos de liquidação duvidosa.
Um dos princípios para evitar a inadimplência empresarial é a organização das finanças da compania. É essencial levar em consideração todas as variáveis que podem afetar o negócio, já que isso ajuda a minimizar os efeitos mencionados.
Todo empreendimento está sujeito a passar por esse tipo de problema. O que diferencia aqueles que conseguem se recuperar daqueles que não conseguem se reerguer é justamente sua atuação estratégica.
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